O nível do debate eleitoral das eleições 2010 não vai deixar saudades, mas um sentimento de frustração e desamparo marcará a lembrança do povo brasileiro. Se no primeiro turno nossos candidatos à presidência preocuparam-se em manter a compostura que o pleito merecia e honrar, ainda que fantasiosamente, os eleitores, no segundo turno eles foram tomados por uma esquisitice enigmática, que só nos resta lamentar: a democracia brasileira nos pregou uma peça! Nossos líderes não são o que pareciam ser e seus discursos ficaram vazios, destituídos de personalidade e ideologias e soaram estranhamente em nossos tímpanos.
O debate em torno de projetos importantes foi escasso. Os temas polêmicos foram tratados com leviandade e o confronto final se transformou num verdadeiro ‘Mexericos de Candinha’, de baixo nível, deixando todos estupefatos e boquiabertos, com as inúmeras demonstrações de despreparo de candidatos e assessores. Voltamos à estaca zero da boa política nacional onde o ‘prometrómetro’ nunca esteve com seus índices tão elevados.
Com tudo isso, só nos resta dizer que o Brasil está órfão. Órfão de pai e de mãe. Adeus ao governo paternalista que, com todos os seus defeitos, deu a sua contribuição para despertar esse gigante adormecido. O Brasil não dorme mais, ainda que cresça timidamente, ressalta a responsabilidade do novo presidente e nos assombra diante da atual conjuntura.
Há uma expectativa, uma incerteza nos corações dos brasileiros. Estamos órfãos de mãe. Que saudade da candidata verde. Nela tínhamos o aspecto duplo da consciência tranqüila. Saudades da sua simplicidade, do seu evangelho; do seu discurso difícil, mas humilde. Saudade da sua verdade...
Seus sonhos foram a esperança de mais de 19 milhões de brasileiros. Ela não merecia mais uma chance? Enquanto o Brasil se encheu de certeza pudemos sentir o gostinho da verdadeira democracia, quando o cidadão teve a oportunidade de expressar no voto a convicção de que Brasil precisa pensar diferente.
Aquele que em 2011 receber a faixa presidencial terá pela frente uma enorme responsabilidade. Será que eles sabem disso? Diante de dossiês e escândalos de corrupção só nos resta orar e aguardar para que Deus frustre os intentos dos ímpios.
Marina está vivinha da Silva. O que impera é uma sensação de abandono e desinteresse. Nossos candidatos parecem alheios aos problemas que afetam a nossa nação e ainda não estão convictos para se empenharem nas mudanças que o Brasil espera. Eles não convencem com seus fracassados discursos que querem agradar a determinados grupos da sociedade. Estamos diante de uma escolha difícil. Mas ela é necessária. Então que venha aquele cujo interesse seja do povo e que tenha a nação brasileira no seu coração. Nosso país precisa ser amado. O Brasil precisa de pai e mãe que não nos engane e muito menos abandone seus filhos.
Chegou a hora de conhecer a VERDADE. Enquanto isso o mundo vai de mal a pior... enganando e sendo enganado.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Quociente nada eficiente
As eleições de 2010 serão marcadas por uma palavra desconexa com o que ela representa. O exercício da cidadania ficou manchado por interesses escusos de um sistema político que demonstrou a fragilidade da democracia brasileira. A palavra injustiça marcou todo pleito eleitoral onde assistimos o rolo compressor do poder e a intimidação de um país de excluídos.
De imediato, nos deparamos com as alianças políticas em prol de um determinado candidato - coisa nunca vista - inimigos políticos, ou, pelo menos, de ideologias diferentes, no mesmo palanque, defendendo seus próprios interesses. Um choque de desonestidade, de desinteresse a causa pátria, de um egoísmo absoluto e de dar vergonha.
Por outro lado, temos uma lei eleitoral que está com a maioria, e não protege as minorias. A distribuição da propaganda política na TV, bem como o tempo de cada candidato, nunca teve um peso sócio-político tão expressivo e prejudicial ao momento histórico que representa a festa da cidadania.
Vimos o poder massacrando os nanicos, diminuindo os pequenos como se seus discursos em nada interessassem aos brasileiros. A justiça eleitoral não agiu com justiça. Embora seja regra a distribuição conforme os tamanhos das coligações partidárias, o fato é que nunca se viu o interesse do cidadão violado de forma tão abusiva. Quando o próprio presidente da república testemunha a favor de um candidato e vende a idéia de que o seu mundo deveria continuar, parecia que ali mesmo se encerrava o horário eleitoral, pois quem tem o presidente como seu principal cabo eleitoral, nesse caso, não precisaria de opositores.
Felizmente, o tão falado salto alto, quebrou no primeiro paralelepípedo ali da esquina. E a onda positivista permitiu que a democracia subsistisse em meio aos aparatos eleitoreiros e desse o seu grito de independência.
No entanto, faltaram idéias, ou melhor faltou liberdade de escolha ao povo brasileiro, e se há algum culpado nisso tudo, é a nossa legislação eleitoral. ‘Tempo igual para todos’, já dizia uma corajosa candidata. Mas para o povo, tempo igual para todos no primeiro e no segundo turno.
Outra tragédia, muito lamentada, e com razão - essa terão que engolir a seco-, é a história do quociente eleitoral, que deixou nomes importantes da política brasileira de fora da legislatura, pessoas de bem que deram lugar ao cálculo matemático, nivelando, convenientemente, o desejo do cidadão, anulando o ato democrático. A democracia brasileira, neste caso, é uma farsa, onde a vontade do povo, expressa no direito do voto, é oficialmente desprezada.
Se realmente a nação brasileira tem um desejo, um interesse público, não terá sido nestas eleições o seu cumprimento. Então, que os homens de boa vontade façam prevalecer, pelo menos uma vez, a vontade do povo. Viva a democracia! A verdadeira democracia! E que venha a reforma política.
De imediato, nos deparamos com as alianças políticas em prol de um determinado candidato - coisa nunca vista - inimigos políticos, ou, pelo menos, de ideologias diferentes, no mesmo palanque, defendendo seus próprios interesses. Um choque de desonestidade, de desinteresse a causa pátria, de um egoísmo absoluto e de dar vergonha.
Por outro lado, temos uma lei eleitoral que está com a maioria, e não protege as minorias. A distribuição da propaganda política na TV, bem como o tempo de cada candidato, nunca teve um peso sócio-político tão expressivo e prejudicial ao momento histórico que representa a festa da cidadania.
Vimos o poder massacrando os nanicos, diminuindo os pequenos como se seus discursos em nada interessassem aos brasileiros. A justiça eleitoral não agiu com justiça. Embora seja regra a distribuição conforme os tamanhos das coligações partidárias, o fato é que nunca se viu o interesse do cidadão violado de forma tão abusiva. Quando o próprio presidente da república testemunha a favor de um candidato e vende a idéia de que o seu mundo deveria continuar, parecia que ali mesmo se encerrava o horário eleitoral, pois quem tem o presidente como seu principal cabo eleitoral, nesse caso, não precisaria de opositores.
Felizmente, o tão falado salto alto, quebrou no primeiro paralelepípedo ali da esquina. E a onda positivista permitiu que a democracia subsistisse em meio aos aparatos eleitoreiros e desse o seu grito de independência.
No entanto, faltaram idéias, ou melhor faltou liberdade de escolha ao povo brasileiro, e se há algum culpado nisso tudo, é a nossa legislação eleitoral. ‘Tempo igual para todos’, já dizia uma corajosa candidata. Mas para o povo, tempo igual para todos no primeiro e no segundo turno.
Outra tragédia, muito lamentada, e com razão - essa terão que engolir a seco-, é a história do quociente eleitoral, que deixou nomes importantes da política brasileira de fora da legislatura, pessoas de bem que deram lugar ao cálculo matemático, nivelando, convenientemente, o desejo do cidadão, anulando o ato democrático. A democracia brasileira, neste caso, é uma farsa, onde a vontade do povo, expressa no direito do voto, é oficialmente desprezada.
Se realmente a nação brasileira tem um desejo, um interesse público, não terá sido nestas eleições o seu cumprimento. Então, que os homens de boa vontade façam prevalecer, pelo menos uma vez, a vontade do povo. Viva a democracia! A verdadeira democracia! E que venha a reforma política.
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