sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Órfãos de Mãerina

O nível do debate eleitoral das eleições 2010 não vai deixar saudades, mas um sentimento de frustração e desamparo marcará a lembrança do povo brasileiro. Se no primeiro turno nossos candidatos à presidência preocuparam-se em manter a compostura que o pleito merecia e honrar, ainda que fantasiosamente, os eleitores, no segundo turno eles foram tomados por uma esquisitice enigmática, que só nos resta lamentar: a democracia brasileira nos pregou uma peça! Nossos líderes não são o que pareciam ser e seus discursos ficaram vazios, destituídos de personalidade e ideologias e soaram estranhamente em nossos tímpanos.
O debate em torno de projetos importantes foi escasso. Os temas polêmicos foram tratados com leviandade e o confronto final se transformou num verdadeiro ‘Mexericos de Candinha’, de baixo nível, deixando todos estupefatos e boquiabertos, com as inúmeras demonstrações de despreparo de candidatos e assessores. Voltamos à estaca zero da boa política nacional onde o ‘prometrómetro’ nunca esteve com seus índices tão elevados.
Com tudo isso, só nos resta dizer que o Brasil está órfão. Órfão de pai e de mãe. Adeus ao governo paternalista que, com todos os seus defeitos, deu a sua contribuição para despertar esse gigante adormecido. O Brasil não dorme mais, ainda que cresça timidamente, ressalta a responsabilidade do novo presidente e nos assombra diante da atual conjuntura.
Há uma expectativa, uma incerteza nos corações dos brasileiros. Estamos órfãos de mãe. Que saudade da candidata verde. Nela tínhamos o aspecto duplo da consciência tranqüila. Saudades da sua simplicidade, do seu evangelho; do seu discurso difícil, mas humilde. Saudade da sua verdade...
Seus sonhos foram a esperança de mais de 19 milhões de brasileiros. Ela não merecia mais uma chance? Enquanto o Brasil se encheu de certeza pudemos sentir o gostinho da verdadeira democracia, quando o cidadão teve a oportunidade de expressar no voto a convicção de que Brasil precisa pensar diferente.
Aquele que em 2011 receber a faixa presidencial terá pela frente uma enorme responsabilidade. Será que eles sabem disso? Diante de dossiês e escândalos de corrupção só nos resta orar e aguardar para que Deus frustre os intentos dos ímpios.
Marina está vivinha da Silva. O que impera é uma sensação de abandono e desinteresse. Nossos candidatos parecem alheios aos problemas que afetam a nossa nação e ainda não estão convictos para se empenharem nas mudanças que o Brasil espera. Eles não convencem com seus fracassados discursos que querem agradar a determinados grupos da sociedade. Estamos diante de uma escolha difícil. Mas ela é necessária. Então que venha aquele cujo interesse seja do povo e que tenha a nação brasileira no seu coração. Nosso país precisa ser amado. O Brasil precisa de pai e mãe que não nos engane e muito menos abandone seus filhos.

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