sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Órfãos de Mãerina

O nível do debate eleitoral das eleições 2010 não vai deixar saudades, mas um sentimento de frustração e desamparo marcará a lembrança do povo brasileiro. Se no primeiro turno nossos candidatos à presidência preocuparam-se em manter a compostura que o pleito merecia e honrar, ainda que fantasiosamente, os eleitores, no segundo turno eles foram tomados por uma esquisitice enigmática, que só nos resta lamentar: a democracia brasileira nos pregou uma peça! Nossos líderes não são o que pareciam ser e seus discursos ficaram vazios, destituídos de personalidade e ideologias e soaram estranhamente em nossos tímpanos.
O debate em torno de projetos importantes foi escasso. Os temas polêmicos foram tratados com leviandade e o confronto final se transformou num verdadeiro ‘Mexericos de Candinha’, de baixo nível, deixando todos estupefatos e boquiabertos, com as inúmeras demonstrações de despreparo de candidatos e assessores. Voltamos à estaca zero da boa política nacional onde o ‘prometrómetro’ nunca esteve com seus índices tão elevados.
Com tudo isso, só nos resta dizer que o Brasil está órfão. Órfão de pai e de mãe. Adeus ao governo paternalista que, com todos os seus defeitos, deu a sua contribuição para despertar esse gigante adormecido. O Brasil não dorme mais, ainda que cresça timidamente, ressalta a responsabilidade do novo presidente e nos assombra diante da atual conjuntura.
Há uma expectativa, uma incerteza nos corações dos brasileiros. Estamos órfãos de mãe. Que saudade da candidata verde. Nela tínhamos o aspecto duplo da consciência tranqüila. Saudades da sua simplicidade, do seu evangelho; do seu discurso difícil, mas humilde. Saudade da sua verdade...
Seus sonhos foram a esperança de mais de 19 milhões de brasileiros. Ela não merecia mais uma chance? Enquanto o Brasil se encheu de certeza pudemos sentir o gostinho da verdadeira democracia, quando o cidadão teve a oportunidade de expressar no voto a convicção de que Brasil precisa pensar diferente.
Aquele que em 2011 receber a faixa presidencial terá pela frente uma enorme responsabilidade. Será que eles sabem disso? Diante de dossiês e escândalos de corrupção só nos resta orar e aguardar para que Deus frustre os intentos dos ímpios.
Marina está vivinha da Silva. O que impera é uma sensação de abandono e desinteresse. Nossos candidatos parecem alheios aos problemas que afetam a nossa nação e ainda não estão convictos para se empenharem nas mudanças que o Brasil espera. Eles não convencem com seus fracassados discursos que querem agradar a determinados grupos da sociedade. Estamos diante de uma escolha difícil. Mas ela é necessária. Então que venha aquele cujo interesse seja do povo e que tenha a nação brasileira no seu coração. Nosso país precisa ser amado. O Brasil precisa de pai e mãe que não nos engane e muito menos abandone seus filhos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quociente nada eficiente

As eleições de 2010 serão marcadas por uma palavra desconexa com o que ela representa. O exercício da cidadania ficou manchado por interesses escusos de um sistema político que demonstrou a fragilidade da democracia brasileira. A palavra injustiça marcou todo pleito eleitoral onde assistimos o rolo compressor do poder e a intimidação de um país de excluídos.
De imediato, nos deparamos com as alianças políticas em prol de um determinado candidato - coisa nunca vista - inimigos políticos, ou, pelo menos, de ideologias diferentes, no mesmo palanque, defendendo seus próprios interesses. Um choque de desonestidade, de desinteresse a causa pátria, de um egoísmo absoluto e de dar vergonha.
Por outro lado, temos uma lei eleitoral que está com a maioria, e não protege as minorias. A distribuição da propaganda política na TV, bem como o tempo de cada candidato, nunca teve um peso sócio-político tão expressivo e prejudicial ao momento histórico que representa a festa da cidadania.
Vimos o poder massacrando os nanicos, diminuindo os pequenos como se seus discursos em nada interessassem aos brasileiros. A justiça eleitoral não agiu com justiça. Embora seja regra a distribuição conforme os tamanhos das coligações partidárias, o fato é que nunca se viu o interesse do cidadão violado de forma tão abusiva. Quando o próprio presidente da república testemunha a favor de um candidato e vende a idéia de que o seu mundo deveria continuar, parecia que ali mesmo se encerrava o horário eleitoral, pois quem tem o presidente como seu principal cabo eleitoral, nesse caso, não precisaria de opositores.
Felizmente, o tão falado salto alto, quebrou no primeiro paralelepípedo ali da esquina. E a onda positivista permitiu que a democracia subsistisse em meio aos aparatos eleitoreiros e desse o seu grito de independência.
No entanto, faltaram idéias, ou melhor faltou liberdade de escolha ao povo brasileiro, e se há algum culpado nisso tudo, é a nossa legislação eleitoral. ‘Tempo igual para todos’, já dizia uma corajosa candidata. Mas para o povo, tempo igual para todos no primeiro e no segundo turno.
Outra tragédia, muito lamentada, e com razão - essa terão que engolir a seco-, é a história do quociente eleitoral, que deixou nomes importantes da política brasileira de fora da legislatura, pessoas de bem que deram lugar ao cálculo matemático, nivelando, convenientemente, o desejo do cidadão, anulando o ato democrático. A democracia brasileira, neste caso, é uma farsa, onde a vontade do povo, expressa no direito do voto, é oficialmente desprezada.
Se realmente a nação brasileira tem um desejo, um interesse público, não terá sido nestas eleições o seu cumprimento. Então, que os homens de boa vontade façam prevalecer, pelo menos uma vez, a vontade do povo. Viva a democracia! A verdadeira democracia! E que venha a reforma política.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quem tem medo da morte?

Todos nós nascemos com o destino traçado. Tem pessoas que acreditam no destino, outras não. Mas isso agora não vem ao caso. O destino no qual me refiro é aquele que está mais do que determinado para todos os homens. Um ciclo comum onde nascemos, crescemos, nos desenvolvemos, casamos, constituímos família, uns com sucesso, outros nem tanto, e finalmente morremos. Falando grosseiramente, o homem nasce, cresce, se reproduz e morre. Enfim, da morte nenhum ser vivo vai escapar. Assim, com essa visão tão medíocre da vida, será que vale a pena tanto esforço, tanta dedicação, tantas horas sem dormir?
A morte é um fato difícil de aceitar. O fato é que quando chega hora, não tem como escapar. Pronto. A morte é o ponto final. Acabou. Para os que ainda vivem só resta o silêncio, a saudade, a solidão... A morte é tão ruim para os vivos e não faz mal para os mortos. Diante desta realidade, devemos repensar a vida. Seria ela tão fútil baseada nos prazeres, nas conquistas, no sexo, no dinheiro, no poder? Ou ela, estou falando da vida, teria um outro significado, menos imediato, mais profundo? É interessante como nós sabemos muito pouco sobre a morte e muito menos sobre a vida. Enquanto a morte é um mistério fúnebre a vida é uma incógnita do qual o principal adversário é a ignorância.
Então ninguém escapará a essa realidade: todos nós já nascemos condenados à morte e, sob essa ameaça atroz só nos resta despistar esta amiga tão indesejável. Uns optam pelo bom humor, outros são tomados de pavor, entretanto, o que desejamos mesmo é um consolo indelével. Diante da morte não há outra decisão a tomar senão a conformidade, e diante dela estão os jargões inevitáveis: “Esse partiu desta para melhor” ou “para morrer basta estar vivo”.
Se nos preocupássemos com a morte viveríamos muito melhor, assim morreríamos mais felizes e não sepultaríamos tantas mágoas, rancores, decepções, invejas, porfias. Mas, quando um ente falece não há erro que o desabone, todos esquecem de tudo: “era um bom homem”. Há algo que não se pode negar e todos estão de acordo, implicitamente, o pós morte está relacionado a uma esfera de paz, no entanto estariam todos prontos a adentrarem a essa nova atmosfera? Você já se imaginou em outro lugar se não o céu, ou no paraíso, ou num plano de descanso? Em relação a isso, eu devo compartilhar com você uma verdade que não é nenhum segredo.
É uma concepção cristã da origem da morte - você já pensou por que você tem que morrer? - e da realidade da eternidade: você consegue compreender que a morte é uma passagem para eternidade?
Para que tenhamos uma compreensão maior e resumida não vou fazer um discurso sobre religião, mas vou falar daquele que comprovadamente nos dá certeza da salvação e a vida eterna, vida boa mesmo. Jesus é o único homem que reivindicou para si está convicção. Ele é o único profeta que passou na terra e que experimentou a vida, a morte e a ressurreição. A experiência de Jesus é um exemplo inquestionável do propósito de Deus para as nossas vidas que poderá ser vivida por todo aquele que o receber em seu coração. Por isso nos basearemos em fatos comprovadamente reais registrados pelas Sagradas Escrituras.

No livro de Gêneses, no início de tudo, vemos a criação perfeita de Deus e a criação do homem e a formação da mulher e eles passam a ser personagens centrais de um marco na história da humanidade: a desobediência a Deus, quando então o homem, definitivamente corta sua relação com Deus, seguindo o seu próprio caminho. A partir daí há uma transformação deteriorante da natureza e a humanidade passa a ter uma natureza pecaminosa. Sobre Adão e Eva é determinada uma sentença de morte e agora todos os seus dias estavam debaixo do juízo de Deus. Eis porque da morte não escaparemos. Passaram-se vários períodos históricos e várias gerações, mas, em todos eles podemos perceber o agir de Deus para trazer o homem de volta a sua presença. Todo Antigo Testamento atesta o plano divino de resgatar o homem, pois desde o início seus livros apontam para aquele que seria o escape definitivo da humanidade: Jesus.
Por meio de Abraão Deus gera uma nação, Israel, a menina dos olhos do Senhor, dela nasceria o seu descendente que pisaria a cabeça da serpente, o Messias que haveria de vir. E isso devidamente profetizado pelos profetas no Antigo Testamento. A nação de Israel é sobrenaturalmente preservada sob os cativeiros que se seguiram e agora sob o domínio Romano já no Novo Testamento a profecia de Isaías se cumpria: Nasceu o Menino. Note que o nascimento de Jesus está relacionado à queda dos nossos ancestrais, por que a partir de então o interesse de Deus era redimir o homem de seu passado de maldição para uma nova vida que lhe garantiria a vitória sobre a morte. Essa declaração de perdão de Deus a humanidade veio por meio do seu filho Jesus. Deus o enviou para que por meio de sua morte, a sentença que era sobre nós fosse anulada. Entenda que após a transgressão de Adão e Eva, o meio pelos qual Deus se comunicava com o povo era através dos patriarcas, profetas e sacerdotes e o problema do pecado crescente e vicioso era resolvido superficialmente pelos sacrifícios substitutivos, ou seja, no lugar do pecador, morria um animal inocente e isso aplacava a ira de Deus. A questão era que Deus se satisfazia com os sacrifícios, mas o problema do pecado continuava lá, no coração de Israel, povo de dura servis e coração incircunciso. Por isso Jesus ofereceu a sua vida, em sacrifício, por todos nós. Ele foi o “animal” inocente abatido para cumprir a lei. Mas a morte de Jesus é muito superior a morte dos cordeiros, pois ele acaba definitivamente com o problema do pecado e da morte. E Ele o fez por todos, mas nem todos vão usufruir dessa nova condição. Algo importante deve se ter nesses dias tão conturbados e modernos: humildade. Como é que um homem é capaz de admitir essa realidade? Abrir mão de suas convicções, crendices, paradigmas, dogmas, superstições e tradições custa muito caro! Como admitir não ser tão bom, caridoso, amigo! Se não for assim, como enxergar além do que olhos podem ver? Corrupção, ira, inveja, ganância, solidão, tristeza, prostituição, idolatria, avareza, ódio, mentira, calunia, medo, decepção, rancor, ansiedade! E o que você tem visto após o seu fim? Você tem medo da morte? Quantos entes queridos se foram? Quantas solenidades pelas almas? Será que isso faz algum sentido?

Há em Deus uma preocupação histórica: que ninguém se perca. Essa é a garantia daqueles que o recebem como Senhor e Salvador. Assim como Ele ressuscitou ressuscitaremos como Ele. Nós nos perderemos se continuarmos agindo como ébrios, cedo ou tarde, de dia ou de noite, não importa em qual condição estejamos não saberemos para onde ir. O próprio Jesus disse a cerca de si mesmo: Eu sou o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA ninguém vai ao Pai se não por mim.
A morte física, seria um mal necessário, por que só por meio dela viveremos a plenitude da vontade de Deus. Parece loucura, mas para os que crêem a morte física é uma passagem ‘dessa para melhor’. Mas não podemos nos iludir e achar que todos já escaparam da justiça de Deus. Há um único meio pelo qual poderemos viver a eternidade no Paraíso, no Céu, admitir-se pecador e reconhecer-se miserável diante da grandeza de Deus e então se achegar a Ele pelo único e vivo caminho: Jesus, nosso advogado e único mediador.

E para que não haja dúvidas, precisamos compreender que tanto a morte como a vida estão relacionados ao plano de redenção do Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Ele é a causa primária de tudo e é fiel e justo para recompensar a cada um segundo as suas obras.

Segue alguns versículos bíblicos que colaboram com está idéia, já que ela baseia-se nas Sagradas escrituras. Abra a sua bíblia e acompanhe.

Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a besta, e mais que todos os animais do campo: sobre o teu ventre andarás, e pó comerás, todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente: esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Genesis 3:14-15)

Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. (1 Coríntios 15:21)

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz. (Isaías 9:6)

Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. (Provérbios 14:12)

E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Ámen. E tenho as chaves da morte e do inferno. (Apocalípce 1:18)

Vemos, porém, coroado de glória e de honra, aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. (Hebreus 2:9)

E que é manifesta agora, pela aparição do nosso Salvador, Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho (2 Timóteo 1:10)

E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. (Filipenses 2:8)

Porque, a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. (Romanos 8:2)

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor. Estando mortos à lei, sirvamos a Deus em novidade de espírito. A lei opera em nós a morte. Luta da carne com o espírito (Romanos 6:23)

De sorte que fomos sepultados com ele, pelo baptismo, na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós, também, em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição. (Romanos 6:4-5)

Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque dificilmente alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que por um homem bom alguém ouse morrer. Mas, Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus, pela morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual, agora, alcançamos a reconciliação. Por um homem vieram o pecado e a morte; por um homem, também, veio a graça que superabundou ao pecado. Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim, também, a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. (Romanos 5:6-12)

Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. (João 11:25)

Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê n’Ele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:40)

Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do Unigénito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque, todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. (João 3:16-21)

E em nenhum outro há salvação, porque também, debaixo do céu, nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devemos ser salvos. (Atos 4:12)

E a vontade do Pai que me enviou é esta: que nenhum, de todos aqueles que me deu, se perca, mas que o ressuscite no último dia. (João 6:39)

O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. (2 Pedro 3:9)

Há controvérsias

Dia 27 de setembro comemora-se o dia dos Santos Cosme e Damião, uma data significativa para a comunidade cristã. Conta a história que os gêmeos, médicos por profissão, eram de uma família nobre da Arábia, de pais cristãos. Acta e Passio - seus nomes verdadeiros - eram de coração bondoso e fé fervorosa. Aliavam a medicina ao poder de Deus e curavam os enfermos em nome de Jesus. Segundo a tradição cristã foram decapitados pelo Imperador Romano Diocleciano, no ano 303, em sua implacavel perseguição aos cristãos, não poupando, é claro, os missionários que não negaram o seu amor a Cristo e assim uniram-se aos grandes mártires da fé. Sem dúvida, recordármos os feitos desses jovens, é mais que um exemplo; nos fazem refletir sobre o nosso papel de filhos de Deus nestes dias. Afinal de contas, a festa foi tomada por um paganismo escandaloso - bem diferente das práticas de solidariedade e fé apregoadas pelos gêmeos - que fariam muitos santos a se revirarem no túmulo.
No dia de Comes e Damião o nome menos lembrado é o de Jesus e um verdadeiro mercado de troca toma conta de um “desconhecido” mundo espiritual. Gentes de todas as praças são tomadas pelo espírito da barganha e do comércio. Balas e doces são comercializados, devidamente consagrados num pratinho diante das imagens dos santos e distribuídos aos nossos inocentes pequeninos.
Há sérias controvérsias na data, afinal de contas, ela anula totalmente o sacrifício de Cristo. Ao se entregar na Cruz Jesus passou a ser a oferenda perfeita por nossos pecados, por nossas enfermidades e Nele só nele podemos alcançar todas as bênçãos e a maior e incomparável de todas as bênçãos: a salvação eterna. E por que será que só Jesus pode fazer alguma coisa e só ele pode salvar? Todo bom cristão sabe que Jesus é Deus e, por isso, pode todas as coisas. Lamentavelmente, muitos de nossos irmãos estão perecendo por falta de conhecimento. Que tal, neste dia, fazermos uso do poderoso nome de Jesus, assim como fizeram os sábios Cosme e Damião, como remédio para todas as nossas aflições? Para finalizar, gostaria de partilhar dois pequenos versículos da bíblia sagrada. Acompanhe comigo: Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude. (I Coríntios 10:28) Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? (Mateus 16:26).

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Doutrina de Deus – características e atributos

Deus é Espírito (João 4:24), auto-existente, ou seja, não criado e eterno (Jeremias 10:10; Apocalipse 4:8-10), existe antes de todas as coisas e subsiste ao tempo. Deus único (êxodo 20:30; 1 Samuel 2:2; 1 Tiótio 1:17) que se revela em três pessoas, na sua própria essência: Pai, Filho e Espírito Santo (Gênesis 1:26; Mateus 3:16; João 14:16; Gálatas 4:6). Criador e razão pelo qual existem todas as coisas, por isso mesmo, governa sob o direito de criação e propriedade (Gênesis 1:1). Pai pessoal que se revela às suas criaturas, e deseja relacionar-se com elas em santidade, pois ele é perfeito em santidade (Levítico 11:44; Tiago 1:13), justiça (Gênesis 18:25; Isaías 11:3) e amor (Deuteronômio 7:8; João 3:16). Senhor doador e preservador da vida (Gênesis 2:7), cheio de graça e misericórdia (Tito 3:5; Daniel 9:9), bondade (Salmo 25:8; Mat 5:45) e fidelidade (Miquéias 7:20; Lucas 18:7,8). Estabelece seus designos cujo maior interesse é preservar o homem, identificá-lo com Ele mesmo e finalmente remi-lo, por isso mesmo é longânime, paciente e compassivo.

É Teísta e não Deísta (Atos 17:28; Efésios 4;6)

Uma das características de Deus e a sua necessidade de relacionar-se com o homem. Desde o Éden vemos o seu interesse em preservar o seu relacionamento com o homem. Mesmo após a queda, ele mesmo, diante da vergonha de Adão e Eva, procurou um meio adequado para que eles pudessem se apresentar diante Dele de forma satisfatória. Cremos que aqui ele institui o sacrifício como forma de reparação para o erro humano, sombra do sacrifício perfeito que prova sua preocupação com o homem. Deus, em toda história da humanidade, usou de sua justiça e misericórdia para com os homens e, portanto, podemos dizer que Ele interfere cotidianamente na humanidade. Tudo Ele criou com um propósito. Então podemos entender que Ele rege todas as coisas para cada fim. Não é pelo acaso que existimos, Deus, no seu governo, tem estabelecido tempos que cumpram os seus designos. Estamos sob uma promessa eterna, feita por Ele mesmo, e ele é fiel para cumpri-la. Diante disso não podemos aceitar a idéia de que Deus é deísta, pois estaria indo contra a sua palavra.

É Deus único (Êxodo 20:3; Samuel 7:22; 1 Timótio 1:17)

Ele próprio enfatizou, “Eu sou o único Deus”, “não terás outros deuses além de mim”. Deus é sábio, e conhecia as necessidades de suas criaturas. O politeísmo nada mais é que o resultado da aflição da alma humana, em busca de sua redenção em homens carnais, destituídos da verdadeira Glória de Deus. A sede em preencher o vazio de sua existência sem respostas, não satisfaz apenas o anseio do espírito humano, mais tende, a se render aos impulsos da natureza humana, o pecado, que gera a auto-satisfação, adorando deuses que correspondam as suas necessidades, ou que na verdade, são, mesmo inconscientemente, a personificação de quem os adora.
Nosso Deus é único, santo e puro, nada tem haver com esta humanidade, não procura satisfazer nossos apetites, mas nos regenera e transforma nossa natureza pecaminosa e imunda. Seu relacionamento com os que o adoram se dá em espírito, pois ele é espírito, e em verdade; pois ele não tolera a mentira. Tudo é transparente a seus olhos, e só um coração sincero e arrependido poderá se aproximar Dele. Seu relacionamento com o homem está pautado na fidelidade. Embora, sendo um único Deus, Ele se revela no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

Conhecido pela revelação (Gênesis 12:1-3; Jeremias 1:1-9; João 1:14)

Ele mesmo quis se fazer revelar ao homem. Interessante que Adão e Eva foram os primeiros homens a compartilhar da revelação de Deus. Ele mesmo se revelou e com eles institui uma aliança. Assim Deus tem se revelado a humanidade, na própria criação, passando pelos patriarcas, e pelos profetas. Deus empenha a sua palavra, operando na história para tornar-se conhecido de todas as nações. Sua necessidade de alcançar o coração do perdido levou a revelação do seu próprio filho, a encarnação do “Logos”, que se fez sacrifício, e revelou seu amor incompreendido por muitos, narrado na sua Palavra (AT e NT) que inspirada por Deus, detona, mais uma vez, a sua preocupação e o seu interesse em revelar-se.

Deus Espírito Eterno (Exodo 15:18; Samo 90:2; Jeremias 10:10)

Ele sempre existiu, ele é auto-existente, não foi criado. Não está limitado ao tempo, ele é eterno, infinito. Por isso mesmo, conhece o passado, o presente e o futuro. Todos os tempos e épocas estão diante de seus olhos.

Deus pessoal (Isaías 49:15; Jeremias 31:3)

Assim como temos a necessidade de nos relacionar e compartilhar nossa vida com um amigo, Deus também deseja se relacionar conosco. Por isso podemos considerar que Deus é pessoal. Ele quer ser nosso Pai, para nos ensinar e aconselhar; nosso amigo, para ouvir nossos segredos, nosso irmão para compartilhar as mesmas experiências lado-a-lado. Enfim, quer participar de nossa vida. Embora deseje profundamente relacionar-se conosco, Deus respeita suas criaturas e lhes dá o livre direito de compartilhar sua vida ou não. Podemos definir que Deus deseja amar e ser amado, porque nos ama.

Deus Justo (Gêneses 18:25; Salmo 51:14; Isaías 8:17)

A justiça de Deus é perfeita. Segundo Myer Perlman, “a justiça é santidade em ação”. Um Deus santo não tolera a injustiça, e cabe a Ele intervir quando seus padrões de justiça são violados. Nosso Deus é reto, e naturalmente, ao se relacionar com suas criaturas se impõe uma norma. Podemos observar sua justiça quando Ele perdoa, salva, castiga e julga seu povo e dá vitória na causa de seus servos fiéis.